Tudo estava caminhando. A vida seguiu com novos crushs. Tem até um que hoje me chamou de “açúcar mascavo – docinho, mas que não se derrete fácil” – crushs, né? Fazer o que? Obvio que não sou doce. (vocês dão licença eu querer continuar a me enganar? Brigada!) – Nada, sou um doce sim. (e sou geminiana também, então mudo de ideia sim.) Doce, doce. Um pote de nutela. A fantasia do carnaval fez todo sentido, mores. Sou um potinho de nutella e o pior: geralmente o sou com quem não merece um pingo desse sabor todo, sejam homens ou mulheres.
Mas vamos ao assunto do texto: O meu ex (e o ex novo – o namorado pós separação) mandou mensagens dizendo que queria conversar comigo e me chamando pra almoçar. Ele adiantou que o “você não precisa lidar com isso” estava martelando na cabeça dele. Se eu souber o contexto dessa frase que eu morra. Não morri. Deus é quem sabe que frase é essa, que contexto foi esse. Tentei lembrar. Ainda pensei de uma vez que eu estava chorando com uma frase que o ex disse e que ainda ressoava na minha cabeça. Mas se era? Não sei. Aí eu disse que não lembrava do contexto dessa frase e ele se utilizou disso pra aguçar a curiosidade e disse que seria uma ótima oportunidade pra gente conversar. Quis ir. Deus sabe como eu quis. Quis dizer que me encontraria em 15 minutos com ele. Quis saber o que ele tinha a dizer, quis ouvir da boca dele que ele estava arrependido e que queria voltar. Quis que ele voltasse, que botasse no face, que dissesse aquilo tudo que eu tanto quis ouvir. Mas antes de dizer, eu disse que tava ocupada, que daqui a pouco respondia. Aí pensei e repensei. Lembrei de tudo. Lembrei que eu era “cheia de defeitos” e que isso “tinha minado nosso relacionamento” – assim de graça. Lembrei que ele não conseguia (também, pra variar) dizer que gostava de mim. Lembrei que ele me deixava insegura. Lembrei de tudo isso e mais um pouco e me perguntei se eu queria aquela rotina de novo, pra mim. Se eu queria ver as mensagens de novo e me alegrar por qualquer coisa. Ver se eu queria ter que olhar o face dele e ver se ele aceitou marcação nas fotos. Torcer pra que ele postasse algo sobre nós. E não, não queria essa rotina. Não quero insegurança.
E eu quero algo dele? Quero. O que eu quero dele? Eu sei responder. Quero o sexo dele. Quero o carinho dele. E como eu quis quando eu estava fazendo um projeto que tinha relação com a área dele. Quis, o dedo tremeu pra mandar mensagens, mas não mandei nada, justamente porque sabia que eu não queria nada mais além daquilo. Aí hoje, hoooje, que eu to bem feliz com um resultado (o dito projeto, sabe? Deu certo!) e também meio aperreada pra resolver algumas coisas relacionadas a isso, o bendito reaparece e me diz que quer conversar. Avaliei e reavaliei. Não cedi. Mandei mensagem dizendo que não queria conversar. Mas parte de mim está remoendo toda a conversa e todo o relacionamento agora enquanto escrevo o texto. E foi por isso que vim escreve-lo.
Já passaram mil coisas pela minha cabeça. Uma delas foi sobre algo que vi na internet: “a eterna generosidade feminina com os homens”. E outra foi que muita gente erra e é atacado mesmo reconhecendo o erro. Voltando ao início do texto: a minha eterna generosidade com os homens – e que não deveriam valer essa generosidade – me fez querer pensar se eu não estava perdendo a oportunidade dele se redimir comigo. Mas pera. Quem tem que dar oportunidade pra alguém se redimir? Deus, ne? Eu não. Quem perdoa é Deus. Ele não vai mudar. Eles não mudam. Eles nunca mudam. E eu vou repetir esse mantra até voltar a esquecer. Vamos lá conversar com meus monstros.
quarta-feira, 3 de maio de 2017
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017
E não é que aos poucos a gente volta a sorrir de novo?
A frequência do choro diminui, a gente foca em outras atividades e dá certo. E não é mesmo o que deve ser feito? A resistência a extinção inclui a variabilidade do comportamento para conseguir outros meios de reforçamento. E foi assim por um tempo. Aos poucos sorrindo. Ainda com a blusa dele do lado como “auxiliar”, talvez pra ter alguma sensação de segurança, apego e conforto, (já nos disse Bowlby, né?) mas ensaiei paqueras e novos contatos de aplicativos. Mas, pelo que percebi não deu muito certo e alguns contatos só me fazem lembrar do que se foi e do que na verdade, precisa ir embora de vez ainda.
Planos de ir morar/estudar um tempo fora a todo vapor. Penso na Austrália. Passar um mês, se virando no inglês e vendo possibilidades de voltar pra fazer outros cursos. Pensando sobre a minha rotina de exercícios e a dieta. Posso simplesmente fazer uma omelete e jantar a noite algo com poucas calorias, enquanto vejo séries. Um tempo pra mim. Quem sabe passar a tardinha na praia pra dar um mergulho e esticar a noite. Comer em algum lugar por lá sozinha. Quem sabe um bar com música boa sozinha também.
E aos poucos eu percebo o quanto eu ainda estava/estou em uma idealização dele. Parece mesmo que eu, Elayne, feminista, que vivia se divertindo com os boys e fugindo de compromisso porque achava que eles me aprisionavam e não achava que esses boys poderiam realmente ser uma boa companhia pra mim e construir momentos legais (e não necessariamente por mim, mas também por eles, porque de fato não foram criados e não estão acostumados a uma mulher como eu... ) idealizou um cara “legal”, simplesmente porque ele não foi sacana comigo. Mas calma. Não tão legal assim. E eis que pouco depois do fim do relacionamento, ele vem continuar a conversa como se nada estivesse acontecendo e eu explico que prefiro não ter contato. Ai ele me pede pra falar tudo que penso dele, sem educação. Acho desnecessário, mas fui legal e disse basicamente características positivas. Ai depois percebo que o que ele queria era uma abertura pra jogar mágoas em mim: “você foi legal. Não serei tão legal. Tenho várias críticas ao seu respeito”? É? Disse pra guardar pra si. Criticar o outro sem que a convivência vá continuar é machucar de forma desnecessária. Ele tem várias críticas ao meu respeito? Criticasse enquanto queria algo, agora não mais. Mas ele foi piorando a situação: “me bloqueia, não quero ficar sem saber se estou perturbando ou não”. Quem não quer perturbar, não perturba, disse eu. Mas satisfiz a vontade dele e desfiz amizade/bloqueei.
E aí acabei por pegar essa raiva e aproveitar pra tirar a camisa dele do meu quarto. Foi bom pra isso. Com a ajuda de amigas observadoras como sempre (<3) me pego refletindo que meu comportamento com relação às paqueras estava muito ligado a coisas ou impossíveis ou que eu ainda fosse de alguma forma comparar. Não há o que comparar. Não há mais que se ter lembranças. E as lembranças só serão apagadas com o tempo. É tempo, na verdade, de ressignificar, inclusive a sexualidade e a forma de vive-la. Se ao me separar com caio eu sai com vários caras e isso me fez bem é porque naquele contexto minha sexualidade precisava se libertar. E foi liberta. Mas hoje eu terminei um relacionamento diferente, em que o sexo era maravilhoso e nunca parou de acontecer. Resultado? Tenho lembranças maravilhosas dele na cama e que ainda me fazem suspirar. Faz o que? Se entregar, conversar com outros agora só me fazem lembrar dele. Então, vamos passar um tempo só comigo, sem relações de paquera/sexo tão fortes. A minha cia também pode ser maravilhosa.
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017
E.... 2 anos depois, outra separação. Com outro, o que pelo menos significa que a vida andou, não é?
A impressão que eu tenho é que ele seguiu a risca o que eu pedi. “Não me engane”. E ele não enganou. Ficou na dúvida, quis ter vida de solteiro e falou isso. Tá em dúvida. Meu deus, como a dúvida dói. E dói mais ainda quando ele diz: “não é que eu não goste de você, não ame você, mas to querendo outra coisa, to querendo viver, to querendo ficar solteiro. Essas palavras arderam. Em outras épocas eu teria brigado. Teria chamado de idiota. Teria rastejado e mostrado que eu seria uma excelente escolha. Mas e não sou mesmo? Sou uma mulher massa, forte, determinada, independente e que por isso mesmo, aprendeu a tentar deixar o outro ser independente também. To aprendendo, na verdade. E sim, a vontade é essa. Mas na mesma hora da vontade vem a sua experiência de olhar e dizer: é a vontade dele. E não adianta, não há palavras que possam convencer alguém a mudar de decisão. Talvez haja palavras pra convencer alguém a permanecer por pena, mas não é isso que quero/mereço. Queria alguém comigo. Pra dizer e afirmar que estava comigo.
Eu o deixei ir. É bem verdade. Eu literalmente o deixei ir na sexta. E confiei. Me mordi de ciúmes. E não é que meus ciúmes tinham razão de estar ali? Era medo de perder. E perdi. Mas perder o que? Se o outro não é meu, nem nunca será? Nós alimentamos a ilusão de que nossos companheiros são nossos. Mas não são. São deles mesmos. E a eles cabem as decisões da vida. A ele coube a de querer ficar solteiro. E a mim, coube a difícil tarefa de aceitar, por saber que não adianta chorar se o outro tem a decisão dele.
Ontem e hoje eu estou fazendo por mim o que Caio não soube. Aceitar. E ontem e hoje eu estou fazendo o que não fiz de imediato na relação com Caio: aceitar. Ele não havia tomado uma decisão e eu reclamei disso. Mas a verdade é que se ele tivesse tomado, eu teria criticado. E … fim. São relações diferentes. Não há mais o que comparar.
Fato é que pela minha experiência de vida eu vi que o melhor a fazer era respeitar. E respeitei. Estou respeitando. Se choro? Se sofro? O que é abraçar uma camisa esquecida e colocá-la na cama, do lado onde ela dormia? É sofrimento pesado. Mas, como disse ontem meu personal quando reclamei do peso: “Tá pesado”. “Eu sei. É pra ser pesado”. Então é isso: é pra ser pesado mesmo. Como não ser pesado você ter dividido uma casa, um amor, viagens, cama, sexo, banheiro e escovas de dente e o outro quer ir embora? É pesado. Mas, vá. Aprendi muito com ele. Me doei de novo. Amei de novo. E quer saber? Foi bom pra caralho. Foi maravilhoso desde a primeira noite. Foi maravilhoso ser acordada às 3 da manha pra trepar. Foi maravilhoso vir de manhã morrendo de sono. Foi maravilhoso trocar mensagens de carinho na expectativa de ele voltar. Foi maravilhoso ele ir pra minha casa antes de ir pra mãe dele logo que chegou. Foi maravilhoso receber uma foto dele de cuecas na minha casa. Foi maravilhoso viver pequenas aventuras. Apresentar pros pais e pros amigos... brigar com ele porque ele tava cagando de porta aberta. Foi maravilhoso peidar na frente dele e rir junto dos peidos dele. Foi maravilhoso tudo isso. Foi intenso? Foi. Foi perigoso? Foi. Dormir junto com o boy desde a primeira noite que se viu não é algo que uma mulher solteira em uma cidade brasileira deve fazer. Mas... fiz. E pior: gostei de ter feito. Se vou ser mais segura de uma próxima vez? Não sei. No fim, não há seguranças e não há garantias.
E o que fica pra mim? A camisa, a saudade, as lágrimas e a alegria de ter vivido um amor curto, rápido e intenso. A certeza? De que um dia a dor acalma. E a impressão de que a “ressaca” e as juras do “não vou fazer de novo” dessa vez serão bem menores. Talvez porque eu tenha sido feliz. Foi uma noite alegre de bebedeira. Uma festa em que todos se divertiram e ninguém fez merda pra que eu não queira mas ir a outra festa.
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