quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

E não é que aos poucos a gente volta a sorrir de novo? A frequência do choro diminui, a gente foca em outras atividades e dá certo. E não é mesmo o que deve ser feito? A resistência a extinção inclui a variabilidade do comportamento para conseguir outros meios de reforçamento. E foi assim por um tempo. Aos poucos sorrindo. Ainda com a blusa dele do lado como “auxiliar”, talvez pra ter alguma sensação de segurança, apego e conforto, (já nos disse Bowlby, né?) mas ensaiei paqueras e novos contatos de aplicativos. Mas, pelo que percebi não deu muito certo e alguns contatos só me fazem lembrar do que se foi e do que na verdade, precisa ir embora de vez ainda. Planos de ir morar/estudar um tempo fora a todo vapor. Penso na Austrália. Passar um mês, se virando no inglês e vendo possibilidades de voltar pra fazer outros cursos. Pensando sobre a minha rotina de exercícios e a dieta. Posso simplesmente fazer uma omelete e jantar a noite algo com poucas calorias, enquanto vejo séries. Um tempo pra mim. Quem sabe passar a tardinha na praia pra dar um mergulho e esticar a noite. Comer em algum lugar por lá sozinha. Quem sabe um bar com música boa sozinha também.
E aos poucos eu percebo o quanto eu ainda estava/estou em uma idealização dele. Parece mesmo que eu, Elayne, feminista, que vivia se divertindo com os boys e fugindo de compromisso porque achava que eles me aprisionavam e não achava que esses boys poderiam realmente ser uma boa companhia pra mim e construir momentos legais (e não necessariamente por mim, mas também por eles, porque de fato não foram criados e não estão acostumados a uma mulher como eu... ) idealizou um cara “legal”, simplesmente porque ele não foi sacana comigo. Mas calma. Não tão legal assim. E eis que pouco depois do fim do relacionamento, ele vem continuar a conversa como se nada estivesse acontecendo e eu explico que prefiro não ter contato. Ai ele me pede pra falar tudo que penso dele, sem educação. Acho desnecessário, mas fui legal e disse basicamente características positivas. Ai depois percebo que o que ele queria era uma abertura pra jogar mágoas em mim: “você foi legal. Não serei tão legal. Tenho várias críticas ao seu respeito”? É? Disse pra guardar pra si. Criticar o outro sem que a convivência vá continuar é machucar de forma desnecessária. Ele tem várias críticas ao meu respeito? Criticasse enquanto queria algo, agora não mais. Mas ele foi piorando a situação: “me bloqueia, não quero ficar sem saber se estou perturbando ou não”. Quem não quer perturbar, não perturba, disse eu. Mas satisfiz a vontade dele e desfiz amizade/bloqueei.
E aí acabei por pegar essa raiva e aproveitar pra tirar a camisa dele do meu quarto. Foi bom pra isso. Com a ajuda de amigas observadoras como sempre (<3) me pego refletindo que meu comportamento com relação às paqueras estava muito ligado a coisas ou impossíveis ou que eu ainda fosse de alguma forma comparar. Não há o que comparar. Não há mais que se ter lembranças. E as lembranças só serão apagadas com o tempo. É tempo, na verdade, de ressignificar, inclusive a sexualidade e a forma de vive-la. Se ao me separar com caio eu sai com vários caras e isso me fez bem é porque naquele contexto minha sexualidade precisava se libertar. E foi liberta. Mas hoje eu terminei um relacionamento diferente, em que o sexo era maravilhoso e nunca parou de acontecer. Resultado? Tenho lembranças maravilhosas dele na cama e que ainda me fazem suspirar. Faz o que? Se entregar, conversar com outros agora só me fazem lembrar dele. Então, vamos passar um tempo só comigo, sem relações de paquera/sexo tão fortes. A minha cia também pode ser maravilhosa.

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