De volta, após tanto tempo sem aparecer. Brigas no trabalho, estresses em casa, acontecimentos fúnebres que me marcaram. Tudo aconteceu. E tudo traz de volta algo que já estava enterrado. Mas veio diferente, veio mais maduro e mais elaborado. Veio junto com uma certeza, apesar de vir junto com a dor. Atualizando: Um tio muito querido do meu ex-marido faleceu de surpresa. Fiquei muito abalada na hora. Eu que dei a notícia porque a mãe não conseguia falar com ele. Eu disse que ia a Fortaleza e que gostaria de ir pro enterro. Ele pediu q eu fosse de carro com ele. Fiquei em dúvida, mas resolvi-me a fazer isso, em apoio e em lembrança do tio em questão que me era muito caro. Fui. Como dizem minhas amigas com filhos após a separação, "me vesti de monge e fui". Dentro do carro a ideia era que as conversas fossem livres de tensão, mas só a ideia de ter que programar algo para que não ficasse tenso me deixava tensa. E assim foi. Chegamos. Não a tempo do enterro, mas sempre da visita pós-enterro, que acho que é pior... Dei algum apoio a mãe dele, e ele foi me deixar em casa. No caminho de casa a pergunta: "vamos comer algo?" Na hora só me vinha a cabeça: pera aí, essa parte a monge aqui não aguenta não. A vontade era de ser irônica e perguntar pra ele se a moça não ia ficar com ciúmes. Me aguentei em nome do tio e do enterro, dei a desculpa do cansaço e fiquei quieta. Novo pedido, dessa vez acompanhado de uma dose extra de cara de pau: "e se fossemos tomar uma cerveja"? Pera, gente, pera aí. Eu já to magoada com essa criatura com tudo que houve e ele ainda tem a cara de pau de me chamar pra tomar uma cerveja? É a casa da mãe Joana?.
De novo, a monge respirou em nome da amizade e respondeu: "não, não, realmente estou cansada", pensando que se ele perguntasse de novo eu explodia. Mas não, a minha paciência estava de monge no dia: "vamos a um rodizio"? Respirei fundo e disse: "Caio, não dá, de verdade. Agradeço o convite, mas estou cansada e quero estudar alguma coisa". (tática: fala pausadamente e faz uma frase longa, porque dá tempo chegar em casa e você não mata o coleguinha)... E após tudo isso, era impossível não ficar mexida de novo, não chorar de novo, não lembrar de tudo e ficar novamente bastante magoada. E depois dos trabalhos que tinha a fazer feitos, recebo novo convite pra "tomar uma cerveja". Nego, mas dessa vez eu não consigo ser tão simpática e começam as frases ásperas. Após a troca de mensagens de teor áspero e um sonho estranho com várias coisas boas que me aconteceram desde a separação, resolvo mandar uma mensagem que há algum tempo vinha pensando em dizer. O teor era de agradecimento. Ele responde, pergunta se não há mesmo possibilidades de retorno e a conversa flui, comigo dizendo que não via mesmo nada de retorno nesse momento, que ele seguisse a vida dele e que eu estava seguindo a minha. No fim, a conversa foi boa. Aos poucos, a mágoa vai diminuindo e vai dando lugar a uma nova visão: a da imaturidade dele. E de por isso não querer mais estar nessa relação. E que a vida siga, continue seguindo! Acabei voltando na estrada de novo, a conversa foi menos tensa e a vida continuou. E de farra em farra, paqueras e paqueras, pequenos ganhos no trabalho e muitas reflexões, a vida vai me sorrindo e eu vou descobrindo dia a dia as alegrias de estar solteira e de ser assim. Atualmente, pra mim, ser solteira é meu estado de espírito. ;) Solteirar, sempre! =]
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